quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A SAGA DO TELEMARKETING PARTE 1 – VERSÃO DO POSSÍVEL CLIENTE

Certo Sábado fui acordado às exatamente 07h07 por uma ligação, em meu celular, de alguém que queria me vender um cartão de crédito. Não deu para acreditar! Atendi me controlando para não despejar naquela pessoa toda a raiva que sentia naquele momento. Tentei me desvencilhar da ligação de várias maneiras, mas o real prazer daquele operador era me torturar e não me deixar retornar ao meu sono de Sábado de manhã (todos devem saber qual este tipo de sono).
Após uma enxurrada de argumentos nada convincentes como possibilidade de pagamento em até 40 dias, seguros que me protegem de perda ou roubo e até uma possível clonagem, parcelamento em milhões de parcelas e até um título de capitalização que poderia me ajudar a poupar muito dinheiro, ele continuou me fazendo perguntas como “por que o Sr. não quer? Parece tão bom! Se parece bom compre você!
Geralmente estas pessoas não sabem com quem estão falando e utilizam o vocabulário que bem entendem. Então entendam: eu não suporto que use gerúndio comigo como se estivessem falando bonito. Primeiro o que é falar bonito se não usar uma palavra diferente citando em uma belíssima frase de um dos mestres das palavras como Machado de Assis ou Clarice Lispector? Não há. Eles falavam bonito. Meros mortais como nós apenas usam palavras diferentes para se expressar, buscadas dentro de arcabouço de palavras que foram adquiridas de belíssimos livros escritos por estes mestres (isso quando alguém tem realmente o interesse de apreender algo buscando-as no dicionário). Opiniões subjetivas a parte, o fato é a falta de pessoa com o português correto nestes lugares. Não é difícil saber que nos dias de hoje é errado o uso do gerúndio como “vou estar Fazendo”, “vou estar enviando” ou o pior de todos “vou estar verificando”. Isso quando não ouvimos “Sr. eu não te ouvo” ou mesmo “tipo assim” e “talkei”. Vamos ter bom senso. Talkei não existe! O correto é “está ok” e essa resposta poderia ser adquirida no Google. Quantas vezes esquecemos como escrever ou falar algo e temos que buscar no pai dos burros como já dizia minha avó?
Outro ponto é: que tipo de profissionais de venda as companhias possuem hoje? Antigamente os profissionais eram treinados para entender a real necessidade do interlocutor antes de oferecer algum produto. Hoje os operadores de telemarketing não passam de pessoas-robôs que não conseguem ir além do que lêem na sua intranet. Se não me conhecem como poderiam me oferecer título de capitalização como se fosse um bom investimento? Nada disso me importa, a não ser que simpaticamente ela tivesse conversado um pouco comigo e tentado me conhecer – mas não às 07h07 da manhã de Sábado!
Todos os dias nossas vidas são invadidas por estas pessoas despreparadas e com um português péssimo para nos oferecer um produto que geralmente não nos interessam. Isso quando não ligam em horários inconvenientes e nos tratam mal, como se toda a culpa por ela ser obrigada a trabalhar neste tipo de lugar fosse nossa. Se eu realmente fosse algum representante de empresas que utilizam este tipo de terceirização jamais deixaria estes tipos de profissionais falarem com o meu cliente e não permitiria que ligassem as 07h07 da manhã de sábado e nem de nenhum dia da semana. Isso suja a imagem da empresa “talkei”?

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